Hoje me perguntaram o motivo de ter defendido Aécio nas eleições presidenciais de 2014. Primeiro lembrei de 5 pontos do discurso que repeti aos demais na época, mas depois me peguei pensando, mas o que teria sido diferente se Aécio tivesse ganho?

aecio-neves-size-598A crise é a mesma, está instalada pela falta de investimentos (efetivos) do PAC, pela escolha por apenas 3 setores econômicos durante a crise de 2008 de Lula, enfraquecendo a industria como um todo e sufocando o mercado estimulado 5 ou 6 anos depois, por fim, pressão na carga tributária de Dilma e descrédito do mercado no governo brasileiro.

– Janeiro

Dilma assumiu o poder pressionada, depois das eleições nas quais disse que não havia crise, tomou várias medidas impopulares e assim como o previsto por Aécio, deixou de represar os preços públicos gerando inflação de uma só vez sem o gradual crescimento da renda das pessoas. Isso afetou o mercado de consumo e os empreendedores que não haviam acordado para os sinais de crise em 2014 teve de acordar de vez.

Se Aécio tivesse ganho, Dilma teria feito a mesma coisa, mas Aécio assumiria com aquele ar heróico de salvador da pátria, o mercado teria guardado ainda doses de esperança.

– 1º Semestre

O desarranjo fiscal é óbvio, mas Dilma tratou isso como uma bomba e sentou em cima pra ninguém ver, quando começou a assumir a crise, escolheu aumentar arrecadação ao invés de reduzir gastos, nesse ponto, com o potinho de fornecer tributos meio rachado ela resolveu forçar mais. Resultado, quebra de mais empresas, desemprego chegando nos patamares de 1998 e completo descrédito de que ela poderá liderar mudanças econômicas.

Se Aécio tivesse assumido, ele já tem experiência em resolver rapidamente situações calamitosas, quando se tornou Governador de Minas Gerais, o Estado estava quebrado, o mais endividado do país, sem crédito e sem dinheiro para pagar os funcionários do mês. Ele não escondeu nada da população, veio a publico, explicou o plano e em poucos meses os pagamentos estavam normalizados, seu choque de gestão começou desde o primeiro dia. Faria o mesmo no Brasil, redução de gastos, vinculação de gratificações dos funcionários ao atingimento de metas pessoais, do departamento e do órgão, indicadores de qualidade a serem respeitados, fluxo de processos mais eficientes. O povo não precisava desses sobressaltos.

– Empregos

Dilma a protetora dos trabalhadores, com os sobressaltos promovidos por incompetência e gana tributadora, elevou a taxa de desemprego e agora estamos a 8,3% superando FHC faltou bom senso, coragem, habilidade, além da óbvia falta de credibilidade perante o mercado.

Aécio assumiu MG com uma taxa de desemprego de 8,3% e entregou no patamar de 4% isso por que além de ter tornado o Estado mais eficiente, ter fortalecido as estatais (maior crescimento delas na história) ele liderou projetos que mudaram a capacidade competitiva do Estado, faria o mesmo no Brasil, atuou na área de logística reduzindo o custo de produção, aumentando os lucros e os empregos, tornou MG o estado com mais aeroportos comerciais do país, criou linhas de crédito para pequenos empreendedores urbanos e rurais, programas de apoio ao empreendedorismo e constituição de cooperativas rurais e apostou no ensino técnico vocacionado para a economia regional.

– Educação

Dilma cortou verbas do Pronatec, Prouni e Fies e mandou chamar de volta estudantes do Ciências sem Fronteiras. Contigenciou outros repasses e não tem vergonha de repetir “pátria educadora” entre uma e outra “saudação à mandioca”.

Aécio no Congresso sempre apoiou tais projetos e não teria feito esse tipo de corte, aliás em MG, depois de estudar a situação do Estado, conseguiu tornar mais eficiente a aplicação de recursos na estrutura pública de ensino e apesar do professorado não ter gostado da pressão, das metas e redução de jornada com redução de ganho pessoal, MG se tornou referência em ensino Fundamental e Médio no Brasil segundo avaliações anuais do Ministério da Educação.

– Carga Tributária

Dilma aumentou tributos sobre importação e modificou algumas regras do IPI nos últimos tempos, isso encarece o produto e tem efeito cascata nas demais fases de comercialização, priorando a inflação.

Aécio é a favor da redução e simplificação dos impostos, provavelmente não no primeiro momento em que precisaria de recursos para fazer seu ajuste fiscal, preponderantemente reduzindo gastos e parando obras para auditoria e apresentação de plano de conclusão, mas certamente teria iniciado o debate e animado o setor empresarial, isso poderia ter evitado algumas demissões por falta de esperança de curto prazo, mas certamente ajudaria a mitigar a inflação dos preços públicos represados.

– Relação com o Legislativo

Dilma está sendo minada, enquanto tenta minar a pauta do Congresso com suas Medidas Provisórias que aglutinam vários temas e fazem salada com as leis especialmente tributárias, complicando o cenário que já é complexo. Cunha do PMDB se apresenta como arqui-rival.

O PMDB acompanha quem ganha e já teria se colocado ao dispor de Aécio antes de acabar 2014. Com a bancada dos partidos cristãos, do PSDB, DEM, PMDB, Solidariedade e PTB juntos, há maioria em ambas as casas legislativas. Aécio não teria feito enxurradas de MP tributárias e teria nomeado Ministros do PSDB e pessoas sem partido, tirando esse debate das disputas no legislativo, além de que Impeachment não turbaria o foco do Congresso, mas sim a reforma política e as CPIs.

– Bolsa de Valores

A cada nova indicação de presidente de companhia pública, a bolsa despenca, a cada anúncio de previsão econômica a bolsa se suicida. As perdas são grandes, e com a chegada da inflação, aumento de tributos e aumento do dólar o capital está fugindo de investir nas empresas brasileiras.

Com Aécio o discurso seria de esperança, suas nomeações, por puro crédito com o mercado iriam elevar as ações na bolsa como comemoração “saiu os petistas de mais uma empresa, agora desaparelhada dá pra investir ali novamente!”, já o dólar com a bolsa indo bem e mercado menos desconfiado não fugiria do país, deixando seu valor mais estável.

– Discursos

Não que o mineirinho seja a 7ª maravilha do mundo, mas só de não ter que ouvir da chuva, da mandioca e da mulher sapiens isso já inspira a sensação que existe alguém no comando daquele corpo que comanda o país.

Mas, no final das contas, foi na Dilma que você acreditou e que ganhou, e é o que temos até segunda ordem.

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